domingo, 19 de abril de 2009

O Na Mira está na mira




No último dia 16 de abril o Ministério Público proibiu a veiculação do programa Na Mira, exibido pela TV Aratu. A decisão é resultado da ação civil pública movida pelos promotores Almiro Sena e Isabel Adelaide de Andrade Moura.
Apesar do fato de que a decisão de suspensão do programa ter sido retirada logo no dia seguinte (17/04). Fico muito feliz pelo fato de que a revogação só foi feita por causa da assinatura de um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta). Com este termo, o programa ficará obrigado a corrigir todas as ações que são realizadas pelo programa e são consideradas crimes pela ótica do MP.
Confesso que me diverti bastante na sexta-feira, vendo o Sr. Uziel, todo mansinho, elogiando e dizendo que respeita e muito Ministério Público. Realmente foi engraçado. Tive a sensação de estar vendo realmente quem ele é. Um sujeito manso e covarde. E não aquele personagem ridículo que ele tenta desempenhar sem sucesso.
Parabéns Ministério Público. Mas é preciso vigilância sempre. Nunca se sabe quando eles vão querer nos por na mira novamente.

Visão de raio-X



Estamos num país de invisíveis. Essa é a única explicação cabível para nosso conformismo diante do que só quem tem visão de raio-X pode ver.
Se não conseguimos enxergar a corrupção que rege nossa política, os abusos policiais nas periferias, as maracutaias nos órgãos públicos a degradação ambiental, as crianças passando fome e trabalhando precocemente, o tráfico de drogas que assola o país. Não se desespera. Somos perfeitamente normais e gozamos de boa saúde visual. A causa para não enxergarmos tais coisas, é que são, de fato, todas invisíveis. E, como tal, para vê-las seria necessário que tivéssemos uma visão de raio-x.
Por exemplo, se não damos bom dia ao segurança do prédio onde entramos, ou, ao cobrador, assim como não agradecemos ao motorista do ônibus, pela viagem, não é porque somos mal-educados. Nada disso. O motivo real para essas atitudes, a princípio reprováveis, é que tanto o segurança, o cobrador e o motorista são pessoas totalmente invisíveis. E estando nessa situação de invisibilidade, obviamente, não podem ser vistas. E por tanto, não podemos cumprimentar e nem agradecer a pessoas que não vemos.
Se ao menos fossemos como o Super-homem, ou com os mutantes do X-Man, seriamos dotados da visão de raio-x. E com essa visão especial, com certeza teríamos a possibilidade de enxergar essas coisas e pessoas.
Mas, como a vida não são só flores e sendo assim, não podemos ficar sonhando com super-poderes. Ocupamos-nos, por tanto, de coisas muito mais importantes, como o futebol, as fofocas da TV, quem é o mais novo namorado da mais nova estrela, ou ainda com a novela das oito. A propósito, quem matou Lineu Vasconcelos?

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Dia cinza

Engraçado, conincidentemente o dia amanheceu nublado hoje. Deve ser para ajudar a compor o clima de melancolia que se estabeleceu em mim...

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Kashmir: 2 em 1 ou 1 em 2?

Como é do conhecimento de todos (ou pelo menos dos visitantes mais assíduos). Este é um espaço para reverberar minhas inquietações. Essas inquietações podem ser qualquer coisa, desde que me provoquem algum sentimento, que me movam. Dentre as coisas que me movem com certeza esta a música. Não só pelo fato de eu ser um projeto de músico, até porque muito antes de começar a tocar, eu já me deixava levar pelos sons... Na verdade sou um apaixonado pela arte de geral. Mas a música ocupa um espaço fundamental na minha vida. Aliás, penso que essa não seja uma característica só minha. Conheço gente que não gosta de pintura, que não gosta de teatro, que não gosta de cinema. Mas não conheço ninguém que não goste de música.

Acho que a música é a linguagem artística mais Universal, é a linguagem que melhor transcende as barreiras. Gosto das músicas que me forçam a parar para ouvi-las, que me pedem atenção, que me fazem sentir. Normalmente uma música provoca um único sentimento em mim. Quando acontece de me provocarem múltiplos sentidos, estes são similares ou parecidos. Quando escuto música progressiva até sinto sentimentos díspares, mas sei que isso só acontece pela própria característica da música progressiva. Que tende a evoluir de um ritmo para outro, como num pout-porri. Mas há uma única música que me provoca duas sensações antagônicas ao mesmo tempo. Essa música é Kashmir, do Led Zeppelin. É inquietante e calmante ao mesmo tempo. Enquanto os instrumentos harmônicos “empurram” a música pra frente num ritmo acelerado. A bateria parece segurar a canção. Quando escuto a música me sinto no meio um conflito entre a calma e o agito. Entre a paz e perturbação. É um conflito estranho. As partes em questão transparecem uma dependência uma da outra e é esta dependência que dá o equilíbrio perfeito nessa relação, como um Ying Yang.


Esta é Kashmir (vídeo abaixo), do Led Zeppelin, banda que dispensa qualquer tipo de apresentação.


A ditadura do Belo

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Ontem tava na aula de Estética, e o professor, comentou sobre um texto do livro a “Lei do mais belo”, da escritora estadunidense Nancy Etcoff. Neste livro a autora faz um panorama a respeito da ditadura da beleza, do papel que esta representa em nossa sociedade. Ela fala baseada em pesquisas o quanto são beneficiados os indivíduos considerados belos, segundo os padrões estabelecidos, sobretudo pelos Gregos. Padrões que prevalecem até hoje nas passarelas da moda, na tela da TV, nas capas das revistas... Nas pesquisas, ela fala de como nós costumamos ser mais gentis, como descuidamos da segurança, de como descuidamos até de nosso valores, quando interagimos com os belos. Isso não costuma acontecer com os feios. Com os feios, costumamos ser mais duros, inflexíveis... Lembrei que já tinha visto este texto numa outra disciplina deste mesmo professor e num encadeamento de ideias lembrei de um outro fato ocorrido na mesma época que li o texto pela primeira vez. Fato que infelizmente comprovou as teorias apresentadas por Etcoff.
Faz mais ou menos dois anos que o episódio aconteceu. Num domingo, de manhã bem cedo, feriado do dia das crianças, se não me engano, eu estava chegando para jogar o baba num campo aqui de Cajazeiras, quando vi um acidente de carro, que tinha acontecido havia pouco tempo numa pista que fica numa parte de declive em relação ao campo. Esse local se encontra a uns trezentos metros do campo e eu caminhei até lá movido pela curiosidade. Chegando lá, fiquei sabendo os detalhes da tragédia: um grupo de jovens tinha bebido a noite toda, e quando foram embora se dividiram em dois carros e resolveram fazer um racha. O saldo da “brincadeira” foi o a colisão de um dos veículos num poste que em seguida capotou e deslizou por uns cinquenta metros e enquanto deslizava sem controle ainda atingiu um ciclista que seguia para o trabalho. Na colisão uma das ocupantes do carro perdeu um braço, e um rapaz de 25 anos foi arremessado pra fora do carro e, o motorista nada sofreu.
Este parece um simples relato de um acidente banal causado pela irresponsabilidade, se não fosse pelos detalhes. Então vamos a eles. As duas vítimas fatais foram o rapaz de 25 anos, um rapaz bonito, estava bem vestido, estava num carro novo e tinha sido vítima de sua própria irresponsabilidade e imprudência, afinal tinha bebido a noite toda e mesmo não sendo ele o condutor do veículo, de alguma maneira era também culpado pelo acidente. A outra vítima fatal, era um senhor de uns 55 anos de idade, pai de família, nada bonito, vestido para o trabalho (tinha conseguido o emprego havia pouco tempo, depois de um longo período desempregado e estava feliz pela oportunidade muito rara para pessoas de sua idade), estava de bicicleta.
Foi nesse panorama que eu infelizmente constatei o quanto Nancy Etcoff estava certa. As pessoas que, como eu, observavam o acidente demonstravam lamentar muito mais pela morte do jovem, do que do homem trabalhador. Todos sabiam o que provocou o acidente, mas mesmo assim só lamentavam a morte do Jovem irresponsável e descartavam o pobre homem feio que estava apenas indo trabalhar no feriado, às seis da manhã. Tinha até umas senhoras assanhadas que ficavam falando coisas como “que desperdício!” , “ele era gatinho.” Etc., mas para o velho feio nada, nenhuma atenção, nenhuma demonstração de pesar. Fiquei assustado com isso. Como podemos ser tão inconscientes a ponto de ter tais atitudes? Por que fazemos coisas tão absurdas? Às vezes penso que o Homem ainda não está preparado para o pensar... É realmente assustadora a capacidade do ser humano de ser irracional. Não quero dizer com isso que não admiro a beleza. Seria uma enorme hipocrisia, mas as coisas têm limites. Não podemos deixar de lado a saúde, os princípios, os valores de lado em nome de um ideal de beleza. E eu nem falei das absurdas doenças de ordem psicológicas como bulimia, que acometem principalmente as mulheres que querem ter um corpo esbelto a qualquer custo. Como diria Dinaldo, um amigo meu: “Que maionese!”

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Blue Man Group

Pra quem não conhece, este é o Blue Man Group. Um som pra quem gosta de criatividade, pra quem gosta de música sem rótulos.